25/02/2025 | Brasil a Calicute
Jeffreys Bay . A Praia do Surf

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Diário de Bordo 25.02.25
Seguimos viagem pela estrada, planejando almoçar na próxima cidade interessante. Logo notamos a excelente qualidade do pavimento: sem buracos ou emendas no asfalto. A sinalização era nova e bem distribuída, suficiente para guiar o trajeto sem comprometer a beleza das paisagens. Isso tornou ainda mais fácil a adaptação à direção na mão inglesa.
Jeffreys Bay, localizada na província de Eastern Cape, na África do Sul, tem cerca de 30 mil habitantes e é um verdadeiro paraíso para os surfistas. A cidade ganhou fama internacional por seu icônico point break de direita na Praia Supertubes. Situada próxima à Rodovia N2, fica a aproximadamente 75 quilômetros a sudoeste de Port Elizabeth.
Nos anos 1960 e 1970, Jeffreys Bay era um conhecido reduto hippie, onde se consolidou uma comunidade de surfistas que transformaria o local em um dos mais renomados destinos do esporte. Fundada em 1849, a cidade passou de uma pacata vila de pescadores a um ponto de referência mundial do surfe, amplamente divulgado no clássico filme The Endless Summer (O Verão sem Fim), de Bruce Brown.
Hoje, Jeffreys Bay figura entre os cinco principais destinos de surfe do mundo e recebe anualmente, em julho, uma etapa da World Surf League (WSL). Um dos momentos mais marcantes dessa competição ocorreu em 2015, quando Mick Fanning enfrentou um tubarão branco durante a final do J-Bay Open e, por sorte, saiu ileso. Desde sua descoberta na década de 1960, as ondas de Jeffreys Bay superaram em popularidade as de St. Francis Bay, sua vizinha. Além do surfe, a cidade oferece lojas especializadas, frutos do mar frescos e atrações naturais, como lagoas ideais para esportes aquáticos.
Ao observarmos a abundância de tubarões brancos na região, imaginamos os navegadores portugueses se aventurando por essas águas desconhecidas. Hoje, o turismo local explora a observação de tubarões, baleias e outras espécies marinhas que habitam a área.
Outro ponto de destaque é a Da Gama Road, um agradável percurso que passa por 12 majestosas árvores Milkwood (Árvore do Leite). Considerada um símbolo da África, essa árvore está presente ao longo da costa até Moçambique. Sua ligação histórica com Vasco da Gama e outros navegadores portugueses remonta ao final do século XIV e início do XV, quando exploradores se beneficiavam de sua sombra e utilidades.
Almoçamos um sanduíche no meio da tarde e, seguindo uma recomendação local, visitamos o Museu das Conchas, a poucas quadras dali. Pequeno, mas encantador, o espaço é administrado por uma senhora muito simpática chamada Marrita. Lá, observamos mais de 1.500 espécies de conchas do mundo todo, totalizando mais de 10 mil exemplares - um verdadeiro tesouro para biólogos especializados em moluscos. Há também ossos de baleias, utensílios de pescadores e muita informação interessante.
De lá, partimos rumo à Mossel Bay, onde chegamos à noite.