26/02/2025 | Brasil a Calicute
Os Lusíadas no Museu
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Diário de Bordo 26.02.25
A entrada no museu custou 100 rands por pessoa, aproximadamente 5 dólares. O local oferece um estacionamento com cobrança por hora, a um preço acessível de 10 rands. Notei que todos os funcionários eram mais velhos, sem a presença de jovens na equipe. No entanto, eram extremamente atenciosos e simpáticos, demonstrando grande entusiasmo ao receber visitantes brasileiros.
Logo na entrada do salão principal, há um verso de Luís de Camões, retirado de *Os Lusíadas*, que celebra as grandes navegações:
"As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram."
A epopeia Os Lusíadas narra a grandiosa viagem de Vasco da Gama às Índias, entrelaçando eventos históricos com elementos mitológicos, enaltecendo o heroísmo dos navegadores portugueses e a expansão marítima. Inspirado nas epopeias clássicas de Homero e Virgílio, o poema aborda temas como patriotismo, destino e o encontro entre culturas. Além de glorificar Portugal, também reflete sobre os desafios e sacrifícios da conquista, consolidando-se como uma das obras-primas da literatura universal.
Bartolomeu Dias foi o pioneiro que desbravou o caminho para as grandes navegações de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, ao se tornar o primeiro europeu a contornar o Cabo da Boa Esperança, em 1488. Sua expedição provou que era possível alcançar o oceano Índico navegando ao redor da África, desafiando crenças da época e fornecendo informações essenciais sobre ventos e correntes marítimas. Esse feito estratégico possibilitou que, uma década depois, Vasco da Gama completasse a rota até a Índia, estabelecendo uma conexão comercial com o Oriente. Além disso, as descobertas de Bartolomeu Dias foram essenciais para a expedição de Cabral, que, em 1500, chegou ao Brasil, ampliando ainda mais o império ultramarino português. Sua jornada representou um marco fundamental na Era dos Descobrimentos, pavimentando o caminho para a supremacia marítima de Portugal.
Outro ponto de grande interesse no museu é a Árvore Postal de Mossel Bay, um dos marcos históricos mais icônicos da era das navegações. Trata-se de um antigo leiteiro-do-cabo (Milktree), utilizado desde o final do século XV por navegadores portugueses como um sistema rudimentar de correio. Cartas eram deixadas dentro de botas ou recipientes protegidos, pendurados na árvore, para serem recolhidas por marinheiros que seguiam em direção à Índia ou retornavam à Europa. Esse método de comunicação, iniciado por exploradores como Bartolomeu Dias, tornou-se um ponto estratégico nas rotas marítimas portuguesas. Atualmente, a árvore é um monumento histórico e um símbolo da engenhosidade dos navegadores da Era dos Descobrimentos. Estima-se que seja a mesma árvore usada há mais de 500 anos.
Além dessas atrações, o museu é bastante completo e conta também com um prédio dedicado à história natural da região, enriquecendo ainda mais a experiência dos visitantes.
