08/11/2024 | CULTURA em Revista

A Serpente do Rio Iguaçú . Lauro Volaco

Memórias do Rio Iguaçú: uma pescaria, um susto com uma cobra, e lições de vida transformadas em risadas e aventura em família. Por Lauro Volaco.
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A Serpente do Rio Iguaçú

Nossa mãe sempre nos ensinou que nunca deveríamos pescar ou caçar aquilo que não pudéssemos comer. Esses ensinamentos eram seguidos à risca, especialmente quando fomos ao rio Iguaçú, onde passamos horas pescando e nos divertindo. Em uma dessas tardes ensolaradas, estávamos nós no nosso ponto de pesca favorito, perto de uma grande pedra que usávamos como base.

Os peixes estavam abundantes naquele dia. Cada um de nós tinha um pedaço do barranco para caçar os peixes. A caçada estava indo muito bem. Os peixes, prateados e brilhantes, enchiam nossas mochilas e nossas risadas ecoavam pela margem do rio.

Chegou a hora de limpar os peixes. Como de costume, dividimos a tarefa entre nós. Cada um se encarregava de um lote, sentados em torno da grande árvore que fazia sombra. Estávamos tão concentrados no trabalho que quase não percebemos a aproximação de uma cobra. Foi o Mauro quem a viu primeiro. Ele era o muito corajoso, mas, ao ver aquela cobra desconhecida, o instinto de sobrevivência falou mais alto.

A cena que se seguiu foi digna de um filme de comédia. Mauro, ao perceber a cobra, tentou correr de costas pelo barranco escolhido para a limpeza. O chão, úmido e escorregadio, não cooperava. Em vez de se afastar, ele parecia se aproximar ainda mais do réptil, quase montando a cavalo na pobre criatura. Nós em vez de ajudarmos, caímos na risada. A situação era absurda demais para ser levada a sério.

A "serpente temível" revelou-se uma inofensiva cobra caninana. Mauro, depois de muito escorregar e quase cair na água, conseguiu finalmente afastar-se do animal. Depois de tanta confusão e risadas, decidimos dar um fim digno à aventura da cobra. Matamo-la e, seguindo a filosofia de nossa mãe, assamo-la em fatias. No final, a cobra, que nos havia assustado tanto, virou refeição.

Aquela tarde no rio Iguaçú ficou marcada em nossas memórias não só pela pesca farta, mas pela inesperada e hilária visita da cobra. Sempre que nos reunimos, a história da "serpente do rio Iguaçú" vem à tona, trazendo risadas e lembranças de uma infância cheia de aventuras e ensinamentos preciosos.

Coitadinha da cobra, se ferrou conosco, mas, ao menos, serviu para nos ensinar que até os maiores sustos podem se transformar em boas histórias e grandes risadas.

Lauro Volaco

APAE Curitiba