26/10/2020 | CULTURA em Revista

Ao Infinito e Além . Renato Roble

Luiz Renato Roble explora como a evolução visual de uma empresa reflete sua trajetória e o impacto do design na construção de marcas duradouras.
Luiz Renato Roble, Franco Rovedo, design de marca, identidade visual, evolução empresarial, branding, assinatura visual, design corporativo, rebranding, marca empresarial, design de interiores, Datamaker, crescimento empresarial, transformação de marca, fidelidade à marca, logotipos, comunicação visual, percepção da marca, mudanças visuais, estética corporativa, arquitetura de marca, renovação de imagem, design de embalagens, construção de marca, identidade corporativa, design de ambientes, valorização da marca, desenvolvimento visual, qualidade visual, imagem de marca, identidade de produto.

 

Assim como a letra manuscrita de uma pessoa é vista como um reflexo de sua personalidade, havendo inclusive, estudos que traçam o perfil completo dela, apenas pela análise da sua assinatura, a marca de uma empresa é a definição resumida da assinatura empresarial desta marca e deve ser entendida como a sua Identidade Visual.

A preocupação estética, ou seja, o cuidado que uma determinada 
empresa tem com a sua apresentação visual, é traduzida como uma extensão da qualidade dos produtos e dos serviços oferecidos pela empresa. 

Se revirarmos nosso baú, encontraremos cartas, bilhetes, redações e documentos antigos que provavelmente apresentam assinaturas diferentes pra determinadas épocas de nossas vidas. 

A assinatura que desenhávamos no primário, não é a mesma que esnobávamos no ginásio, que por sua vez, difere da que tínhamos no segundo grau e que com certeza, não é a mesma que utilizamos hoje. Isto é normal. Quer dizer que passamos por várias fases, vencemos algumas etapas 
e evoluímos. 

Com uma empresa, é a mesma coisa. Se analisarmos sua trajetória, notaremos que ela foi criada e, de uma forma ou outra, cresceu e evoluiu. Esta evolução pode ser observada não apenas pelos números de suas vendas, de colaboradores, da área construída, mas principalmente, e é aí que eu quero chegar, pela evolução de sua marca, de suas embalagens, pelo design de seus produtos e por toda a sua preocupação estética.

Como designer, tenho participado do amadurecimento e do 
crescimento de várias empresas e sinto que a evolução de uma empresa, apesar de ser uma trajetória natural, é muitas vezes conflitante, podendo ser comparada à passagem da infância pra adolescência e desta pra idade adulta, ou seja, pode ser bastante dolorida em certos momentos.

O que se vê é empresários que, curiosamente, não querem crescer, que, por temerem por crises imaginárias ou por apego sentimental à marca antiga, não aceitam mudanças e também empresas que rejeitam melhorias, com receio de não serem compreendidas pelo seu público.

O engraçado é que se trata de uma viagem ao infinito, que não 
tem mais volta. Apesar de ser sofrido crescer, ninguém deseja, 
realmente voltar a ser criança. 

Quando uma empresa conquista uma nova etapa em sua evolução, seja através de um novo logotipo, de uma nova embalagem, ou de um reestudo em sua identidade visual, 
a primeira reação é estranhar a mudança, a segunda é se acostumar com ela e a terceira é sentir que seria impossível voltar atrás. 

Por isto, não se deve  ter medo do novo, do criativo, do diferente. Já parou pra pensar, o Bradesco,  por exemplo, abandonando seu logotipo atual e voltar a utilizar o antigo, aquele que hoje ninguém 
se lembra mais como era? 


Luiz Renato Roble, é designer formado pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduado em Arquitetura de interiores pela Universidade Positivo. Trabalha na Datamaker, há 38 anos, criando projetos de design de ambientes, fazendo muitas empresas crescerem, sedutoras e atraentes e é o autor do livro Traços Crônicos.

 

 

 

 


SUMÁRIO da CULTURA em Revista nº1