22/11/2024 | CULTURA em Revista
Caleidoscópio . José Carlos Duarte Pereira
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Olho para o espelho e, embora vislumbre meu rosto, não me enxergo nem me reconheço. Tampouco reconheço os fragmentos que compõem esta escultura completa e complexa em que a vida me transformou.
Quem olha para mim, com certeza, nada enxerga dos meus pais, irmã, esposa, filhos e netos, dos Professores Benedito de Andrade, Maria do Carmo, do Padre Martinho, assim como nenhum de si mesmos. No entanto, todos estão aqui! Não apenas na memória e no coração, mas sobretudo no caráter, no comportamento e no saber. Foi então que concluí que não sou único, e sim uma pluralidade rara, um pouco de cada qual que cruzou meu caminho e ensinou-me a ser gente, a ser melhor. Descobri, ainda, que assim como em tantos me desdobro, também tantos eu serei através daqueles com quem convivi e da minha prole. Com isso, para mim, o conceito de eternidade ganhou uma nova dimensão, segundo a qual nos eternizamos através dos nossos contatos e convívios. Nessa casa envelhecida, mas bem cuidada e sempre florida, moramos todos em total harmonia. Aqui, ainda brincam o Lula, o Dindinho, o Pituca, o Vadico, o Jujuba, o Biriba, o Hominho e a turma da Mata do Fundão, a quem saúdo todos os dias.
A todos esses personagens que edificaram este ser feliz em que me transformei, amigos presentes ou distantes, toda a minha gratidão e reconhecimento! A eles dedico este “Caleidoscópio”, reconhecendo em cada um, um parceiro e coautor.
José Carlos Duarte Pereira