25/11/2025 | CULTURA em Revista

E afinal, por que fazer terapia?

História real mostra como a terapia esclarece conflitos, fortalece relações e promove profundo autoconhecimento no cotidiano. Por Lilian Schreiner, psicóloga.
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Muitas vezes sou questionada sobre isso, mas, principalmente, sou lembrada das histórias felizes que explicam por que fazer terapia dá certo. Embora nem sempre eu seja a terapeuta em questão, na maioria das vezes meus clientes recordam momentos-chave em que o processo terapêutico envolvia esta profissional.

Entretanto, recentemente me deparei com uma pessoa que relatou seu processo terapêutico bem-sucedido. Por algum tempo, ele, um homem de mais de trinta anos, debatia consigo mesmo se estava certo a respeito de algumas situações dentro de seu relacionamento, que chamou de casamento e que parecia se aprofundar. O cliente vinha de um casamento anterior que resultou em filhos. Em seu novo relacionamento, a esposa demonstrava a necessidade de controlar o contato dele com os filhos, apesar de já saber da existência deles quando iniciou a relação. Intrigado, ele se questionava sobre manter contato com os filhos ou mesmo estar com eles, algo que, para quem observa de fora, soa como um conflito desproporcional.

Buscando tranquilidade, o cliente decidiu procurar um psicoterapeuta. Acabou consultando três profissionais diferentes, mas não se sentiu à vontade com nenhum deles. Por essa razão, resolveu procurar a terapeuta de sua esposa, que o atendeu sem saber de quem se tratava. Após duas ou três sessões, o cliente foi questionado sobre sua identidade e confirmou quem era. A terapeuta tomou a atitude correta, já que o código de ética determina que pessoas envolvidas em um relacionamento devem ser informadas e, preferencialmente, atendidas juntas ou em combinações possíveis. Nesse caso, passaram a ser atendidos como casal.

O que começou como uma terapia para resolver uma situação pontual, a dúvida sobre a atitude da esposa, evoluiu para um processo de autoconhecimento, conforme o próprio cliente relatou. Em terapia, questões do dia a dia podem ser abordadas, geralmente indicando algum nível de conflito relacional. Também podem surgir temas mais complexos envolvendo relacionamento, autoestima, dinâmicas familiares ou de casal, como no caso citado. Outros atendimentos podem envolver diagnósticos médicos ou recomendações clínicas. Tudo depende da abertura das pessoas envolvidas e da aceitação de novas perspectivas, já que uma das funções da terapia é justamente viabilizar um novo ponto de vista.

Muitas vezes os clientes precisam de alguém que possa ouvi-los com uma escuta ativa, na qual o terapeuta não apenas ouve, mas observa e devolve um feedback assertivo. A empatia é essencial, como destacou o cliente mencionado. Ainda assim, também é necessária uma atitude compassiva, com um espaço neutro e seguro para que a compreensão do caso possa acontecer.

No caso citado, é importante notar que a terapeuta ouviu o cliente atentamente, verificando informações até ter indícios suficientes para identificar quem ele era. Mesmo assim, ofereceu uma escuta adequada, construiu um bom rapport e contextualizou a questão dentro do relacionamento atual.

Ao longo dos anos, trabalhando com clientes de diversas áreas e com profissionais da saúde e da educação, observo a profunda necessidade de ferramentas terapêuticas apropriadas e fundamentadas em responsabilidade profissional. Para que o processo tenha sucesso, é essencial que o terapeuta se aprofunde no caso tanto prática quanto teoricamente e, quando necessário, trabalhe em conjunto com outros profissionais.

"Todos deveriam passar por pelo menos um processo terapêutico durante sua vida."


Lilian D. R. Schreiner

 

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