20/10/2022 | AERO em Revista

O Voo do Albatroz: Mário «Meio Quilo» Malschitzky

Mário "Meio Quilo", um ícone do paraquedismo paranaense, supera desafios e inspira novos atletas com suas histórias e conquistas.
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Mário Albano Malschitzky, ou Mário «Meio Quilo», como é mais conhecido, é uma figura icônica no paraquedismo paranaense. Não apenas pela sua carreira como atleta, mas também pela sua vivência no aeroclube como companheiro e parceiro em todos os eventos.

Mário nasceu em Porto União - SC e fez o curso em Curitiba tendo com instrutor Niquelson Rodrigues dos Santos. Embora não tivesse passado a impressão que prosseguiria como paraquedista, enfrentou seus bloqueios e tornou-se um excelente atleta e pioneiro em diversas modalidades.

Foi pioneiro nas filmagens e fotografia em queda livre trazendo imagens que continuam empolgando novos atletas. 

Foi Campeão Brasileiro de Precisão Individual e por Equipe no estilo precisão, pilotando um velame argentino Galáxia, uma novidade na época. Obteve o recorde de moscas consecutivas; 8 moscas consecutivas somando 22cm. E 10cm em um total de 10 saltos. Uma das moscas foi feita com a mão.

Economista bancário aposentado, é encontrado todo sábado nas reuniões do departamento Albatroz, onde é diretor técnico.

Conta com 1372 saltos registrados na caderneta e 5 acionamentos de reserva.


 

Casos do Mário

O Albatroz sempre teve muitas histórias interessantes sobre sujeitos com o nome “Mário”. Tem o Tetto, tem o Jorge, tem o Albano... Enfim, são vários.

Tem um que protagonizou uma das contradições mais interessantes do clube.

O cara já tinha saltado livre e naquele dia não seria nada de especial. Em uma decolagem com o Cessna 180, PT-IJB, pilotado pelo comandante Claudino, além do Mário, estavam embarcados o Edson Talamini e o Casimiro “Sócio” Rosa. Este último seria o mestre de salto que lançaria o atleta menos experiente. Chegando perto do ponto de salto, o procedimento foi o mesmo de sempre. Se ajeita para fora da aeronave com o pé esquerdo no estribo e segura-se por alguns segundos no montante da asa para depois lançar-se no vazio. 

Até o momento de sair do avião estava tudo certo com este Mário, porém na hora que o mestre avisou que era o momento de sair, agarrou-se com braços e pernas em volta do montante e negou-se a saltar. O Xerife, como era conhecido o Talamini, gritava energicamente para que se soltasse ou voltasse para o interior da aeronave. Para desespero de todos, o cara parecia um gato de desenho animado e não mostrava sinais de que sairia dali por bem. Agarrado daquele jeito não poderiam pousar e o ponto de saída já tinha passado há muito tempo. O pânico tinha tomado conta do atleta com certo atraso, pois este tipo de congelamento só ocorre em paraquedistas iniciantes, e este não era o caso. 

A situação estava muito tensa, o Sócio tentava puxá-lo enquanto o Talamini queria que ele saltasse em qualquer lugar. Naquele momento o “Meio-Quilo” tinha se transformado em “Meia-tonelada”. Nada o tirava do montante. Sem opção, os dois experientes saltaram e deixaram o Mário se resolver com o piloto. Foi preciso muita persuasão e tempo de voo panorâmico para fazê-lo entrar na aeronave. Ao pousar, este sujeito prometeu que jamais saltaria novamente.

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Um outro atleta, chamado Mário, foi campeão de vários torneios e, em Sete Lagoas-MG, chegou a ser campeão brasileiro de precisão e recordista usando o velame argentino Galáxia, um dos primeiros dos chamados “Quadrados”. Sem dúvida foi um dos mais importantes paraquedistas dos anos 70. Uma competição em especial tornou-se lendária pois havia uma grande rivalidade com a equipe dos militares e a perda do título provocou grande indignação e decepção para a equipe do sargento Caribê Monte Santo, acostumada a ganhar sempre. O clima ficou tenso e o bate-boca entre atletas e juízes quase chegou às vias de fato. Seu estilo rabugento e obstinado combinou com o seu sobrenome: Mal...Schitzky.

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Outro paraquedista famoso no grupo, com este nome, foi aquele que começou a fazer as primeiras filmagens em queda livre. Muita coragem e sangue frio para acoplar uma enorme câmera Super-8 no capacete e testar a geringonça em voo. 

O macacão precisou ser adaptado e o voo tornou-se completamente diferente do normal. Toda técnica de trabalho relativo adquirida com sucesso nos campeonatos teve que ser reaprendida. A experiência foi aprimorada por outros paraquedistas, mas o título de pioneiro na filmagem em voo ainda é dele. Fotos importantes, como os primeiros saltos em tandem do Maurício Sabino, foram registradas pelas lentes deste Mário.

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Enfim, são muitos nomes importantes para o Albatroz, porém quando dizemos que todos estas histórias são do mesmo Mário, as pessoas nos perguntam: 
- Qual Mário?? 
Aí vocês já sabem a resposta:
- É aquele que... atrás do armário, e pesa Meio Quilo.


ÍNDICE DAS PUBLICAÇÕES

 


 

SUMÁRIO . AERO em Revista nº2

  1. Emily Yegros Ortega: A Paraguaia que Caiu do Céu
  2. Havan . Solidariedade ao RS
  3. Evento de lançamento da AERO em Revista nº1
  4. Starlink: A Constelação de Elon Musk
  5. Elon Musk: Um Gênio Bilionário
  6. Literatura . Perdidos em Shangri-La
  7. O Voo do Albatroz: Mário «Meio Quilo» Malschitsky    
  8. The Surf Drop
  9. Aeromodelismo RC . Ricardo Zanotto
  10. Aviação do Exército: Solidariedade ao RS
  11. Aviation Art . Marco Pullin
  12. Havan . Luciano Hang no RS e outras notícias
  13. Miniaturas de Cockpit . Flábio Pereira
  14. Cinema: O Voo da Fênix