26/11/2025 | CULTURA em Revista

Leia-me 

Nos versos de Elieder, o cotidiano se transfigura em poesia com uma delicadeza que impressiona. Este livro é um convite para atravessar as fronteiras da memória, do desejo e do afeto, sempre com os pés fincados na sensibilidade e o olhar voltado para os detalhes, aqueles pequenos gestos e silêncios que normalmente passam despercebidos, mas que aqui ganham luz e profundidade.

O estilo de Elieder é marcado por uma linguagem simples, porém carregada de emoção. Há uma cadência sutil, um ritmo que pulsa com o corpo e com a alma. Os poemas transitam entre a contemplação e a confissão, entre a ancestralidade e o presente, entre o sagrado e o íntimo. As imagens são fortes e, ao mesmo tempo, gentis; sua poesia não grita, sussurra, mas com firmeza.

Há algo de oralidade nos versos, como se escutássemos histórias partilhadas à beira do fogo ou confidências trocadas ao pé do ouvido. As figuras femininas, o toque, a natureza, o amor (ou a ausência dele) são fios que costuram o tecido desta obra, que emociona justamente por sua honestidade e por sua beleza serena.

Este livro não quer impressionar com artifícios, mas com verdades. E o faz com rara elegância.

Prefácio de Leia-me

Conheço Elieder desde os primeiros dias do Facebook, quando as afinidades literárias e artísticas nos aproximaram. Ao longo dos anos, essa amizade amadureceu como o bom vinho, forte, cheia de sabor e cada vez mais viva. Hoje, temos a honra de compartilhar espaços em várias academias de cultura, e posso afirmar: sua presença é sempre sinônimo de entusiasmo, criatividade e generosidade.

"Leia-me" é mais do que um título provocador, é um convite direto, quase um sussurro íntimo, para adentrarmos o universo pulsante de Elieder. Com uma escrita que transita entre o sensual e o afetuoso, entre o amor vivido e a amizade cultivada, suas poesias são espelhos de uma alma que nunca se rendeu à passagem do tempo. Ao contrário, o tempo parece ter lhe oferecido ainda mais ousadia, brilho e frescor.

E como se não bastasse a força das palavras, Elieder também nos brinda com xilogravuras de sua autoria, imagens que dialogam com os poemas, ampliando sentidos, criando novos caminhos de leitura. Seu domínio artístico vai além da técnica: é expressão pura de uma mulher que vive plenamente cada cor, cada toque, cada verso.

A inteligência de Elieder prolongou sua juventude. E sua juventude, por sua vez, se reinventou em arte.

É com imensa alegria e orgulho que apresento este livro. "Leia-me" é um presente, e como todo presente verdadeiro, pede que o abracemos com o coração aberto.

Com carinho e admiração, 

Franco Rovedo

Escritor e Editor

Elieder Corrêa da Silva, brasileira, mineira de nascimento, paranaense e catarinense de coração; reside em Curitiba por opção. A trajetória estudantil foi iniciada em Minas Gerais e concluída neste Estado do Paraná. Graduou-se em Letras Anglo, por isto professora; cursou Filosofia na Universidade do Paraná; História da Arte no Museu Alfredo Andersen e na Casa da Cultura em Joinville, SC. Nesta Capital; cooperou na organização da Igreja Batista Jardim Ambiental. Em Garuva, SC., exerceu o cargo de Secretaria de Educação, presidiu o Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente; tem livros publicados em poesias e contos infantis e tem participação em várias antologias.

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