19/11/2024 | AERO em Revista
O Departamento Albatroz de Paraquedismo
A ideia de criar um clube de paraquedismo no Paraná veio do Rio de Janeiro. O Núcleo da Divisão Aeroterrestre do Exército fomentava a criação de equipes civis de paraquedismo. Solon Rodrigues dos Santos, então paraquedista militar, percebeu o grande potencial do estado para a prática do esporte e convenceu seu irmão, Niquelson Rodrigues dos Santos a formar uma equipe em Curitiba. A adesão ao grupo foi facilitada pelo entusiasmo que a demonstração que a equipe carioca dos Meteoros fez na cidade.
A missão não era fácil como pode parecer hoje. O pedido do Solon incluía a organização de um campeonato brasileiro. Após uma série de reuniões, telegramas e articulações, em 27 de outubro de 1967 foi criado o departamento de paraquedismo Albatroz do Aeroclube do Paraná. Uma semana depois, em 4 de novembro, a fundação ocorreu oficialmente através da primeira ata do clube.
A notícia da chegada dos instrutores do Núcleo com objetivo de formar paraquedistas civis espalhou rapidamente e alcançou jovens ávidos pela aventura. Bombeiros, militares, policiais e outros diversos entusiastas da aviação se prepararam para fazer seu primeiro salto.
Mais de cem pessoas se inscreveram para o curso, mas nem todas chegaram a saltar. O dia 19 de novembro, dia da Bandeira, foi o dia escolhido para o primeiro lançamento. A movimentação na cidade era intensa por conta das festividades que ocorriam no Colégio Militar e para atender os instrutores visitantes. Luiz Schirmer, que alguns anos antes tornara-se o primeiro campeão de paraquedismo do Brasil, seria o mestre de salto. Solon havia ministrado treinamento teórico para vários alunos, entre eles seu irmão Niquelson e o então professor do colégio Militar; Coronel Hélio Bahia Corradini.
Entre outros pioneiros do paraquedismo do Paraná que participaram dos primeiros lançamentos, também se destacam Douglas Schiavon, mais tarde responsável pela manutenção dos equipamentos e Isaul de Camargo, atleta que representaria o Brasil em competições internacionais.
Os paraquedas que utilizados pelo clube seriam os velhos T-10 de 28 pés e seus reservas de 24 pés. Equipamentos antigos, mas que não custaram nada para o aeroclube, uma vez que Schirmer os trouxe do Núcleo.
Naquele domingo de novembro, o céu de Curitiba ganhava novas cores que entusiasmariam o público. As três sedas verdes voaram com os primeiros praticantes de paraquedismo do estado criando gerações de atletas que se orgulhariam de ser chamados de paraquedistas do Paraná.
Vários nomes foram sugeridos para o clube e depois de uma breve votação, venceu o nome da ave marinha que possui o voo mais bonito entre todos os animais voadores. O nome da equipe deve-se também à sua citação no poema Navio Negreiro, de Castro Alves.
Albatroz! Albatroz! Águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! Dá-me estas asas.
Em 27 de outubro de 2017, o Aeroclube do Paraná, sob a presidência do Comandante Mário Tetto Sobrinho, comemorou os 50 anos do Departamento ALBATROZ de Paraquedismo com um belo evento que contou com grande parte dos pioneiros dos céus paranaenses.
A ocasião marcou a posse da nova diretoria do Departamento Albatroz de Paraquedismo do Aeroclube do Paraná pelos atletas:
- José Casimiro «Sócio» Rosa
- Franco Giuseppe «Rovedo»
- Mario «Meio-Quilo» Malschitzki
- Walter Augusto da Silva
- Edson Talamini
SUMÁRIO da AERO em Revista nº1
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O Departamento Albatroz de Paraquedismo