20/10/2021 | AERO em Revista
O Voo do Albatroz
Durante um dos encontros de sábado, o presidente Mario Tetto Sobrinho expressou o desejo de criar uma sala de troféus e memórias para celebrar os 50 anos iminentes do Departamento Albatroz de Paraquedismo. Foi a partir desse momento que nos reunimos com o propósito de comemorar essa ocasião especial e unir os atletas de todas as épocas, preservando suas histórias para que não se perdessem ao longo do tempo. Era um momento oportuno, pois ainda contávamos com a participação ativa de muitos atletas e entusiastas.
Minha jornada como escritor profissional começou justamente por uma promessa que fiz a mim mesmo: quando completasse cinquenta anos, compartilharia minhas aventuras passadas em um livro. Entre essas experiências, o paraquedismo se destacou como uma das mais emocionantes e enriquecedoras. A convivência em uma área de salto é algo que apenas quem experimentou pode compreender plenamente. O paraquedismo tem o poder de transformar vidas de maneiras profundas. A amizade que se forma com os colegas de salto é incomparável a qualquer outra atividade em grupo. Estamos cercados por pessoas talentosas, pilotos, atletas e amantes da aviação de diferentes origens. São esses detalhes que tornam essa atividade única e especial, e as páginas seguintes pretendem capturar um pouco desse universo extraordinário.
Passamos a reunir as histórias e entrevistar seus personagens. Neste tempo, alguns foram voar em outros céus e outros voltaram para o ninho apenas para trazer alguma recordação e informação essencial que resgatou a nossa história com mais fidelidade. Enfim, em 27 de outubro de 2017, realizamos o jantar de comemoração dos 50 anos do Albatroz.
No evento, e nestas publicações, pudemos homenagear grandes nomes do paraquedismo e da aviação deste cinquentenário. Neste livro tentei escrever algo sobre cada um dos integrantes desta atividade. Os pilotos que nos levam até a altura de salto e se arriscam tanto, ou mais, do que os atletas. As aeronaves; máquinas fantásticas que sempre transportam grande quantidade de histórias e lembranças. As competições que tanto contribuíram para desenvolver o esporte com segurança e tecnologia.
A cada edição da AERO em Revista haverá uma parte desta história e de seus personagens.
O selo comemorativo dos 50 anos de paraquedismo guarda alguns ícones que resumem a história deste esporte no Paraná.
Em primeiro plano está o Albatroz original desenhado pelo paraquedista e artista plástico Sérgio Kirdziej, nos anos 60. O Albatroz é o pássaro que possui o voo mais bonito entre todos os animais alados. A ave da ilustração está equipada com um paraquedas reserva ventral, típico dos primeiros anos do paraquedismo no Aeroclube do Paraná. O velame retangular e a câmera no capacete simbolizam os tempos atuais e as novas modalidades deste esporte.
A palavra Albatroz é escrita com a fonte Stencil muito usada para identificação de equipamentos militares. Com isso homenageamos o Núcleo da Divisão Aero-transportada, unidade do exército responsável pelo começo do esporte no estado. Ao fundo, o Cruzeiro do Sul sobre o céu por onde voamos e vivemos incríveis momentos de uma bela história.
Durante o salto, colocamos nossa vida nas mãos dos fabricantes de equipamentos, dos dobradores, do piloto da aeronave lançadora, dos companheiros de salto e, principalmente, nas nossas próprias mãos. Um ou dois minutos nos separam da vida, ou morte. Alguns segundos em que o tempo passa de forma diferente e nos faz viver uma vida a cada queda livre. A tecnologia e as redes sociais permitem agora um acompanhamento em tempo real sobre os fatos. Cada história poderá ser corrigida antes de ser eternizada em papel. A importância histórica faz deste livro um documento de uma era de grandes avanços no paraquedismo mas também da história de homens e mulheres que desafiaram a lei... A lei da gravidade.
SUMÁRIO da AERO em Revista nº1
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O Voo do Albatroz
