18/10/2023 | AERO em Revista
Major-Brigadeiro Lauro Ney Menezes, o Supersônico!
Esta obra revisita a biografia e carreira de Lauro Ney Menezes, um dos pioneiros da Força Aérea Brasileira, com ilustrações detalhadas. O primeiro supersônico do Brasil. Menezes recebeu seu nome em homenagem ao pai e ao Marechal Michel Ney, de Napoleão Bonaparte, admirado por seu pai. Nascido para os céus e grandes feitos, sua baixa estatura contrastava com suas conquistas. Proveniente de uma família tradicional do Exército Brasileiro, desde cedo Menezes mostrou que seu caminho seria literalmente ascendente.
Aos 17 anos, ingressou na Escola de Aeronáutica, onde pilotou o Fairchild PT-19 e o North American AT-6D Texan. Formou-se aos 19 anos, na Turma de 1947. Seguiu imediatamente para o ESPC (Estágio de Seleção para Pilotos de Caça) na Base Aérea de Santa Cruz, organizado pelos veteranos de guerra que lutaram na Itália; os Heróis do Panteão da Força Aérea Brasileira. Aos 20 anos, em 1948, formou-se Piloto de Caça na terceira turma do estágio, pilotando o temível Republic P-47 Thunderbolt.
Servindo como Tenente-Aviador em Santa Cruz, assumiu rapidamente o comando de uma Esquadrilha. Sua estatura de 1,60m foi uma vantagem significativa em treinamentos de combate aéreo, pois sua coluna torácica mais curta permitia recuperar o fluxo sanguíneo cerebral antes de seus adversários em eventos próximos ao G-Loc. Combinado a um talento natural para o voo, isso o tornava um caçador admirável.
Dizia-se que Menezes nascera com asas de águia às costas, com combustível JP-1 correndo em suas veias; casou-se com a Força Aérea Brasileira e seus filhos foram os 1.319 Cadetes que comandou na Academia da Força Aérea em 1979/1980, aos quais chamava de "Oficiais Generais do Ano 2000", uma profecia que se concretizou.
Menezes participou de momentos importantes na História da FAB, sendo um dos poucos Pilotos de Caça a se formar no P-47 e voar na era supersônica. Foi o precursor da era supersônica da FAB. Solar um caça sem versão biplace, como fez Menezes, é um feito notável, especialmente com um "Juggernaut" (Rolo compressor, como era conhecido o P-47).
Como Major-Brigadeiro-do-Ar, foi transferido do CTA para o Rio de Janeiro por decisão pessoal do Ministro, próximo ao término de seu mandato, e logo encaminhado para a reserva, negado a quarta estrela após uma carreira ímpar. Percebeu a injustiça da vida.
Com a posse do Tenente-Brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima no Ministério da Aeronáutica, que valorizava esse oficial, Menezes foi convidado a presidir a INFRAERO. Após seu mandato, abriu um escritório de Consultoria Aeronáutica. Outro marco foi a fundação da Associação Brasileira de Pilotos de Caça (ABRA-PC), onde foi o primeiro Presidente. Na década de 1980, ajudou a fundar a Sede Aerodesportiva do Clube de Aeronáutica no Rio de Janeiro, sendo seu Diretor. Na década de 1990, aos quase 70 anos, ainda realizava manobras acrobáticas em seu Ultraleve monoplace.
Menezes dedicou sua vida à Força Aérea Brasileira, ao voo e aos princípios morais que deveriam reger todos os militares que ostentam as cores da Aeronáutica em seus uniformes. Um homem austero, exigente consigo mesmo e com seus comandados, Menezes foi um pioneiro e exemplo a ser seguido.
Fernando A. M. Menezes
Fernando Antonio Murat Menezes, de 59 anos, é professor, escritor, pesquisador, ilustrador e aviador. Ele tem uma extensa carreira na área aeroespacial brasileira, incluindo a chefia da Seção Comercial e Industrial da Infraero (SBJR) e a atuação como analista de Marketing Militar na Embraer. Formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) com especialização em Língua Inglesa, também possui o diploma de CPE pela Universidade de Cambridge e já estudou no Reino Unido. Atualmente, reside no Rio de Janeiro (RJ).
Como piloto de helicóptero e aviação desportiva, Fernando herdou a paixão pela aviação de seu pai, o saudoso Major-Brigadeiro-do-Ar Lauro Ney Menezes. A paixão pela escrita vem de seu bisavô materno, Luís Norton Barreto Murat, fundador da Cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), além de jurista, jornalista, poeta, filósofo e político. Fernando publicou sua primeira obra, "Tormim, Brilho Fugaz", em homenagem aos veteranos da FAB que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. O prefácio foi escrito pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar Rui Moreira Lima, um herói veterano e autor do livro "Senta a Pua".
Fernando também é um fã de Ayrton Senna e escreveu um livro em sua homenagem, com exemplares solicitados pelo Instituto Ayrton Senna para o Memorial de Ayrton Senna. Sua terceira obra é um livro iconográfico sobre a carreira de seu pai, o Major-Brigadeiro-do-Ar Lauro Ney Menezes.
SUMÁRIO
- O Departamento Albatroz de Paraquedismo
- Miguel e Dorival Munhoz Jr. EAA AirVenture
- Major-Brigadeiro Lauro Ney Menezes, o Supersônico!
- Ricardo Kirk - A primeira vítima da aviação no Brasil
- A Tragédia de Vinhedo: A Queda do ATR
- O Poderoso Super Heavy da SpaceX
- Sérgio Prata: Arte e Aviação
- Pedro Prata Garcia: O Designer Voador (1970 - 2003)
- Grupo de Escoteiros do Ar Brigadeiro Eppinghaus
- Lançamento da AERO em Revista nº2
- Os Paraquedistas na Operação Overlord
- EAA AirVenture Oshkosh 2024
- Missão Phoenix: De Curitiba a Oshkosh
- Johannes Mey: O Holandês Voador
- Caso de Aeroporto . Uma mãozinha
- Acidente de Paraquedismo
- Notas curtas
- Notícias Tristes